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A ansiedade foi o principal impacto da pandemia na saúde mental de 63,51% dos 296 líderes e 64,10% dos 195 liderados de diversas regiões do Brasil entrevistados durante a composição do estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho. A pesquisa foi realizada pela The School of Life – referência no ensino da inteligência emocional -, em parceria com a Robert Half – primeira e maior empresa de recrutamento especializado do mundo.

GIF Sertec_JackelyneB_300x300Com opção de múltipla escolha, a lista de impactos na saúde mental dos líderes se completa da seguinte forma: estresse (47,64%), insônia (27,36%), burnout (19,59%) e depressão (9,80%). Já entre os liderados, após a ansiedade, aparecem: desânimo (51,79%), estresse (46,15%), insônia (16,41%), depressão (10,26%) e burnout (8,72%). Do total, apenas 12,50% dos líderes e 7,69% dos liderados afirmaram não terem sofrido abalo na saúde mental durante a pandemia.

“A Era que estamos vivendo é das organizações emocionalmente inteligentes, nas quais se conhecer e saber lidar com pessoas e com as heranças psicológicas que elas levam para dentro das empresas é um grande diferencial. Mais do que nunca, precisamos nos comunicar bem, entender perspectivas que estejam fora do nosso radar, dominar as nossas emoções e considerar um pouco mais o ponto de vista da outra pessoa. Somos capazes de ir além da fofoca e nos tornarmos mais leves e serenos”, destaca Diana Gabanyi, diretora e sócia-fundadora da The School of Life, sendo responsável pela área corporativa da escola.

Habilidades emocionais, aliás, tem sido um fator bastante observado nas salas de entrevista e no dia a dia das organizações, como aponta o estudo. Na contratação de um profissional, mais da metade dos líderes entrevistados (55,74%) destacaram o comportamento como o ponto mais importante a ser avaliado, à frente do conhecimento e/ou da experiência (opinião de 43,58% dos gestores) e da formação e/ou das certificações (0,68%).

“Já faz algum tempo que as habilidades emocionais vêm destacando profissionais no mercado de trabalho e ganhando força nos processos seletivos. Mas não há dúvidas de que a pandemia contribuiu significativamente para a potencialização desse processo. Os novos desafios de negócios exigem equipes qualificadas e emocionalmente saudáveis, com pessoas sentadas nas cadeiras certas, ou seja, contratadas com planejamento e estratégia”, ressalta Maria Sartori, diretora associada da Robert Half. “Por isso, proporcionar um ambiente de trabalho agradável, a fim de manter as pessoas motivadas, por meio do exercício diário da empatia e da transparência e da manutenção de boas relações dentro da equipe, deve estar entre as prioridades das empresas para os próximos anos”, acrescenta a executiva.

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Da primeira edição do estudo é possível extrair outros importantes dados:

O nível de preocupação das empresas aumentou, mas ainda há espaço para evolução

Entre os 491 profissionais entrevistados (líderes e liderados), 60,97% afirmaram que, nesse período de pandemia, sentiram o aumento do nível de preocupação das empresas nas quais atuam com relação ao bem-estar e à saúde mental da equipe.

Ainda assim, uma parcela (10,68%) afirma que a organização na qual trabalha não se preocupa com o tema e 37,86% dos profissionais dizem não sentir que têm liberdade para expor seus sentimentos e emoções no ambiente de trabalho.

Falta de engajamento ou produtividade nem sempre está relacionada a questões técnicas

Mais da metade dos líderes (52,03%) e dos liderados (58,46%) admitiram que, em algum momento desse período de pandemia, deixaram de produzir ou se engajar no trabalho por estarem emocionalmente abalados. Um fator que preocupa bastante nesse cenário é que uma parte dos profissionais entrevistados (15,88% dos líderes e 14,36% dos liderados) relataram que simplesmente não têm cuidado da própria saúde mental e emocional.

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Os dados são um alerta para que as empresas se abram para a seguinte reflexão, muito abordada pelos psicólogos da The School of Life: muitas vezes, a falta de engajamento ou produtividade de um profissional está relacionada a questões emocionais e não a falta de habilidades técnicas.

Líderes desejam ser mais empreendedores e liderados carecem de autoconfiança

Quando questionados sobre as habilidades que desejam desenvolver em si mesmo, os líderes destacaram espírito empreendedor (27,36%), seguido de calma (23,65%) e comunicação (20,61%). Já entre os liderados, as três habilidades mais citadas foram confiança (33,33%), calma (24,62%) e liderança (24,62%).

Na percepção dos líderes, porém, os liderados precisam desenvolver prioritariamente a habilidade de comunicação (28,38%), decisão (21,28%) e objetividade (19,93%). O curioso é que, na visão dos liderados com relação aos gestores, a comunicação também aparece como primeira necessidade de desenvolvimento (28,72%), seguida de apoio (24,10%) e empatia (21,54%).

Heranças psicológicas mal administradas podem causar impactos negativos nos negócios

Grande parte dos profissionais entrevistados – 93,58% dos líderes e 88,21% dos liderados – afirmaram já terem trabalhado com alguma pessoa emocionalmente complicada ou desafiadora, entre as quais estão aquelas com perfil manipulador, humor instável ou com algum nível de agressividade.

total-grupo-gif-180x180Mais da metade dos gestores (60,47%), inclusive, afirmou que já demitiu algum profissional por comportamento inadequado, na pesquisa caracterizado por atitudes ou comentários inconvenientes ou incompatíveis com o ambiente e a cultura da empresa. Entre os liderados, 47,69% já pediu demissão motivado pelo mau relacionamento com um líder ou membro da equipe. Em geral, isso acontece muito quando as heranças psicológicas que os profissionais levam para dentro das organizações – muitas incapazes de serem expressas no currículo – não são devidamente administradas por eles próprios ou pela liderança da companhia. 

Estamos na Era das organizações emocionalmente inteligentes

Para 45,95% dos líderes, a mente e inteligência de uma pessoa é o principal fator que gera lucro para um negócio, à frente da qualidade de um produto ou serviço (35,14%), da mão de obra de uma pessoa (4,39%) e da tecnologia (1,69%). O dado só reforça a percepção da The School of Life de que estamos na Era das organizações emocionalmente inteligentes, nas quais o lucro dos negócios é feito pelas mentes dos colaboradores, que podem se desligar por questões emocionais ou psicológicas mal resolvidas ou mal interpretadas.

Por Redação

Fonte: Rh pra Você