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Necessidade de agilidade e incerteza da economia reforçam modalidade, em que direitos do funcionário são garantidos por lei; segundo agência, até 40% dos temporários são efetivados atualmente, contra 15% em anos anteriores

O número de contratações pela modalidade de trabalho temporário absorveu 2 milhões de profissionais em 2020, um aumento de 34,8% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Assertem). Apesar de a indústria ser responsável por 65% das vagas, outros segmentos, como tecnologia, finanças, saúde, recursos humanos, vendas e marketing, também aderiram a esse tipo de contratação.

Vagas temporárias podem ser a solução para suprir a demanda da empresa em um momento de incertezas sobre o futuro — cenário enfrentado na pandemia da covid-19 — ou trazer mais agilidade a projetos específicos.

“O mercado ainda é muito incerto”, diz Jéssica Bertucci, diretora da agência de recrutamento e seleção Moderna Emprego, que cresceu 70% entre julho e dezembro de 2020. “No momento em que vivemos, a empresa pode ter um pico de crescimento, mas ainda temer abrir vagas fixas porque o custo trabalhista no Brasil é muito alto. O contrato temporário é mais flexível e versátil, sem multas rescisórias.”

A executiva ressalta que, com a Lei nº 13.429, que trouxe em 2017 alterações aos contratos temporários e terceirização de atividades empresariais, ficou permitido estender o acordo entre as partes por até nove meses e o trabalhador ganhou mais segurança.

Registrado por uma agência no ato da contratação, o profissional fica sob o regime CLT — incluindo direitos como jornadas de 8h, repouso semanal remunerado, férias proporcionais e FGTS — e é amparado por agência e cliente, corresponsáveis pelo contrato. A diferença para um contrato normal é que, no temporário, o funcionário é contratado da agência que vai prestar serviços para a empresa final.

Agora é muito comum a procura por essas vagas porque também são uma porta para a efetivação, seja porque a empresa vai voltar a contratar, seja porque o desempenho foi positivo”, diz Bertucci, afirmando que de 20% a 40% dos temporários são efetivados hoje em dia, contra 15% em anos anteriores.

Fonte: Estadão