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Foto por Edwin Nava em Pexels.com

Movimento é puxado pelo crescimento do Corporate Venture Building, no qual grandes empresas encomendam startups ‘sob medida’

Empreender sem risco é improvável. Mas um tipo de profissional novo no Brasil tem encontrado menos obstáculos pelo caminho e, de quebra, está ganhando a oportunidade de se tornar sócio de grandes empresas brasileiras. O propulsor dessa nova posição, batizada no exterior de entrepreneur in residence, é o Corporate Venture Building (CVB), popular na Europa e nos Estados Unidos, e que vem ganhando tração entre as consultorias de inovação no Brasil.

GIF Sertec_JackelyneB_300x300O CVB é um dos modelos que grandes empresas estão utilizando para  desenvolver startups a partir de oportunidades normalmente enxergadas dentro de suas cadeias de valor. Neste caso, a nova empresa é, normalmente, mantida apartada da estrutura da companhia “mãe”, o que traz agilidade no desenvolvimento do negócio, reduz riscos e protege a marca da corporação. Quem assume a gestão dos projetos e da nova empresa são consultorias como a The Bakery, empresa global de inovação corporativa fundada em Londres e com escritório no Brasil, que tem projetos em curso com companhias como Natura, Santander e Vale.

“Com o avanço e o fácil acesso à tecnologia, startups vêm crescendo e ganhando escala cada vez mais rápido, consequentemente faturando milhões de reais em cima de oportunidades  bem específicas, com foco na experiência do cliente”, analisa Felipe Novaes, cofundador e sócio da The Bakery no Brasil.

“Boa parte do nosso trabalho é trazer agilidade, processo e desburocratização para nossos clientes e, consequentemente conseguimos fazer muito mais com muito menos recursos, sustentado por um board multidisciplinar e empreendedor”, explica o executivo da The Bakery.

Empreendedores do amanhã

Uma parte específica dessa equipe liderada pelos executivos da The Bakery pode ser trazida da própria empresa que está “encomendando sua startup”. Outra parte da equipe é recrutada pela consultoria no mercado de trabalho. Dentre esses profissionais está o entrepreneur in residence (EIR), que por si só não tem uma formação acadêmica específica, porém reúne soft e hard skills necessárias para empreender  dentro de uma venture builder.

Gif site (180 x 180 px) (1) (1)“Esse profissional provavelmente já assumiu posições de liderança ao longo da sua carreira ou tem um perfil muito  empreendedor. Como diferencial, ele tem que possuir pleno domínio do setor em que a startup está sendo criada. Por outro lado, ele pode nunca ter empreendido na vida, mas, ao menos aqui na The Bakery, conseguimos atrair pessoas com perfil muito empreendedor e que provavelmente não podiam tomar o risco de empreender do zero. Assim, aqui eles já chegam com um capital inicial, processos e um potencial cliente dentro da startup que está sendo estruturada”, detalha Novaes.

Riscos e benefícios

 Um dos fatores corresponde à viabilidade da startup. No mundo, segundo a Startupi, a taxa média de sucesso de empreendedores de primeira viagem gira em torno de 18%. Dentro das venture builders, esse percentual sobe consideravelmente. “As melhores GIF-200x150consultorias de inovação têm nos seus boards empreendedores em série, profissionais especializados em levantar relevantes rodadas de capital e outros executivos que justificam, mas não garantem, uma taxa de sucesso muito mais elevada. É essa estrutura, somada a toda uma equipe de gestores de projeto, designers, produtores de conteúdo e desenvolvedores que o EIR encontra quando assume um projeto desse porte com a The Bakery”, conta Felipe Novaes.

Quando analisa esse movimento de carreira, a pessoa também deve saber que provavelmente irá trocar uma parte do salário fixo que ganha em uma grande corporação, por exemplo, por potencial sociedade na  startup que irá assumir.

O desafio das venture builders

No primeiro semestre de 2021 os projetos de CVB cresceram mais de 50% na The Bakery. Por outro lado, o perfil especialista, que se encaixa na função de entrepreneur in residence, não se encontra em qualquer lugar – o que requer estratégias de recrutamento diferenciadas. “Esses profissionais têm que estar preparados para responder perguntas específicas do mercado de atuação da startup, porém transparecer pontos que indiquem que ele será um bom empreendedor. Resiliência, senso de oportunidade, curiosidade e comprometimento e capacidade de aprender rapidamente são imprescindíveis nessa jornada. A união desses atributos resulta em um dos profissionais mais buscados no nosso mercado”, finaliza Felipe Novaes, cofundador e sócio da The Bakery no Brasil.

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Fonte: Mundo RH