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Foto por Christina Morillo em Pexels.com

A importância da aprendizagem no mercado de trabalho é indiscutível, e é crucial reconhecer como ela impulsiona empresas a serem protagonistas do futuro de seus negócios. Esse processo contínuo de aprendizagem e desenvolvimento não só enriquece os colaboradores mas também garante que as organizações se mantenham à frente em um ambiente corporativo em constante evolução.

Banner Animado 300x200 NewPortPara começar este debate, podemos observar um dado muito significativo da pesquisa “World Employment Confederation”, apresentada por Denis Pennel no Conarh 2023. O estudo mostra que a principal razão dos pedidos de demissão em 2022 está relacionada à falta de desenvolvimento e perspectiva de carreira, com 41% das respostas. Ou seja, se as companhias não atuarem no desenvolvimento de novas competências, habilidades e atitudes de seus colaboradores, correm grande risco de perder seus talentos.

Vale lembrar que essa discussão não é recente. Apesar da grande velocidade de transformações que temos experienciado nos últimos anos, o papel das empresas como educadoras vem sendo debatido desde 2010. Nesse contexto, muitas startups optaram por não exigir diploma de ensino superior como pré-requisito, investindo em programas de capacitação interna (reskilling). Esta abordagem prepara os colaboradores para demandas práticas do mercado, reforçando o papel das empresas como complemento ao ensino regulamentado.

A contextualização deste cenário cria uma estrada para as companhias atuarem como centros de treinamento e formação “on the job”, função que por muitos anos foi tratada como custo e não como investimento. Os novos desafios tecnológicos e as fronteiras da aplicação da tecnologia estão no campo corporativo, por isso é essencial que exista a integração da educação ágil e contínua com o dia a dia do trabalho.

E investir em educação corporativa para que?
De acordo com a pesquisa Educação Tech & Eficiência Operacional das Empresas, que fizemos aqui na Alura Para Empresas em parceria com a FIAP, vimos que as organizações observam aumento de produtividade (64%) e engajamento (45%) a partir dos investimentos em capacitação. Além disso, 60% também avaliam que seus clientes ou usuários conseguiram perceber – de forma direta ou indireta – os impactos positivos desses esforços.

São resultados que se devem ao seguinte ciclo: com essas ações, o colaborador se desenvolve, adquire experiência e cria repertório, de modo a propor soluções inovadoras para as companhias e ganhar reconhecimento. Consequentemente, a organização também cresce, soluciona seus problemas com agilidade e retém um  talento comprometido e engajado.

Obviamente, não é apenas a oferta de um programa de desenvolvimento ou treinamento que leva o profissional a querer aprender. A cultura de aprendizagem está profundamente conectada à transparência das lideranças, especialmente no que diz respeito à comunicação clara dos objetivos, expectativas e feedback sobre o desempenho. Quando líderes são transparentes e reconhecem as contribuições dos indivíduos, estes ganham uma percepção mais clara do valor de sua jornada de aprendizado, permitindo alinhar propósitos pessoais aos da empresa.

E como desenvolver na prática?
Na andragogia, o caminho educacional que busca compreender o adulto, as pessoas estão mais motivadas a aprender quando veem a relevância direta para suas metas pessoais e profissionais. Por esse motivo, é importante acolher a vontade do colaborador em ser tratado como consumidor, assim como realçar a necessidade e a diretriz estratégica da organização naquela ação.

GIF 2 (300x200) - ESCAPE JUNGLEEm outras palavras, mapear e ouvir as dores e motivações desses indivíduos é fundamental para levantar propostas de aprendizagem eficientes e personalizadas. Uma empresa é formada por funcionários com diferentes experiências, conhecimentos e vivências, então ter um “cardápio” com formatos de ensino diversos garante a preparação de uma equipe robusta e com olhares ampliados.

Não à toa, as soluções híbridas geralmente têm maior eficácia para o domínio de novas competências. Apostar em um portfólio de ações com modelos síncronos e assíncronos, por exemplo, pode ajudar a abranger vários níveis de maturidade profissional e integrá-los aos estilos de cada colaborador.

Ao mesmo tempo, é crucial criar um ambiente que estimule o engajamento e o crescimento coletivo. Os métodos de gamificação são ferramentas eficazes para alcançar esse objetivo, já que além de trazerem o lúdico para a aprendizagem,  ajudam os times a entender as trilhas de aprendizado disponíveis, aumentar o grau de domínio de novas ferramentas e desenvolver a maturidade técnica.

E, acima de tudo, investir em educação corporativa é crucial para ressaltar o comprometimento de qualquer empresa com os seus maiores ativos: o capital humano. Antes de recursos avançados, as pessoas são as principais protagonistas em assegurar a sustentabilidade e o crescimento das marcas, e no futuro digital isso não será diferente.

*Priscilla Lacava é Consultora de Educação Corporativa Alura Para Empresas