![pexels-photo-1181233.jpeg](https://opiniaorh.com/wp-content/uploads/2024/06/pexels-photo-1181233.jpeg)
A importância da aprendizagem no mercado de trabalho é indiscutível, e é crucial reconhecer como ela impulsiona empresas a serem protagonistas do futuro de seus negócios. Esse processo contínuo de aprendizagem e desenvolvimento não só enriquece os colaboradores mas também garante que as organizações se mantenham à frente em um ambiente corporativo em constante evolução.
Para começar este debate, podemos observar um dado muito significativo da pesquisa “World Employment Confederation”, apresentada por Denis Pennel no Conarh 2023. O estudo mostra que a principal razão dos pedidos de demissão em 2022 está relacionada à falta de desenvolvimento e perspectiva de carreira, com 41% das respostas. Ou seja, se as companhias não atuarem no desenvolvimento de novas competências, habilidades e atitudes de seus colaboradores, correm grande risco de perder seus talentos.
Vale lembrar que essa discussão não é recente. Apesar da grande velocidade de transformações que temos experienciado nos últimos anos, o papel das empresas como educadoras vem sendo debatido desde 2010. Nesse contexto, muitas startups optaram por não exigir diploma de ensino superior como pré-requisito, investindo em programas de capacitação interna (reskilling). Esta abordagem prepara os colaboradores para demandas práticas do mercado, reforçando o papel das empresas como complemento ao ensino regulamentado.
A contextualização deste cenário cria uma estrada para as companhias atuarem como centros de treinamento e formação “on the job”, função que por muitos anos foi tratada como custo e não como investimento. Os novos desafios tecnológicos e as fronteiras da aplicação da tecnologia estão no campo corporativo, por isso é essencial que exista a integração da educação ágil e contínua com o dia a dia do trabalho.
E investir em educação corporativa para que?
De acordo com a pesquisa Educação Tech & Eficiência Operacional das Empresas, que fizemos aqui na Alura Para Empresas em parceria com a FIAP, vimos que as organizações observam aumento de produtividade (64%) e engajamento (45%) a partir dos investimentos em capacitação. Além disso, 60% também avaliam que seus clientes ou usuários conseguiram perceber – de forma direta ou indireta – os impactos positivos desses esforços.
São resultados que se devem ao seguinte ciclo: com essas ações, o colaborador se desenvolve, adquire experiência e cria repertório, de modo a propor soluções inovadoras para as companhias e ganhar reconhecimento. Consequentemente, a organização também cresce, soluciona seus problemas com agilidade e retém um talento comprometido e engajado.
Obviamente, não é apenas a oferta de um programa de desenvolvimento ou treinamento que leva o profissional a querer aprender. A cultura de aprendizagem está profundamente conectada à transparência das lideranças, especialmente no que diz respeito à comunicação clara dos objetivos, expectativas e feedback sobre o desempenho. Quando líderes são transparentes e reconhecem as contribuições dos indivíduos, estes ganham uma percepção mais clara do valor de sua jornada de aprendizado, permitindo alinhar propósitos pessoais aos da empresa.
E como desenvolver na prática?
Na andragogia, o caminho educacional que busca compreender o adulto, as pessoas estão mais motivadas a aprender quando veem a relevância direta para suas metas pessoais e profissionais. Por esse motivo, é importante acolher a vontade do colaborador em ser tratado como consumidor, assim como realçar a necessidade e a diretriz estratégica da organização naquela ação.
Em outras palavras, mapear e ouvir as dores e motivações desses indivíduos é fundamental para levantar propostas de aprendizagem eficientes e personalizadas. Uma empresa é formada por funcionários com diferentes experiências, conhecimentos e vivências, então ter um “cardápio” com formatos de ensino diversos garante a preparação de uma equipe robusta e com olhares ampliados.
Não à toa, as soluções híbridas geralmente têm maior eficácia para o domínio de novas competências. Apostar em um portfólio de ações com modelos síncronos e assíncronos, por exemplo, pode ajudar a abranger vários níveis de maturidade profissional e integrá-los aos estilos de cada colaborador.
Ao mesmo tempo, é crucial criar um ambiente que estimule o engajamento e o crescimento coletivo. Os métodos de gamificação são ferramentas eficazes para alcançar esse objetivo, já que além de trazerem o lúdico para a aprendizagem, ajudam os times a entender as trilhas de aprendizado disponíveis, aumentar o grau de domínio de novas ferramentas e desenvolver a maturidade técnica.
E, acima de tudo, investir em educação corporativa é crucial para ressaltar o comprometimento de qualquer empresa com os seus maiores ativos: o capital humano. Antes de recursos avançados, as pessoas são as principais protagonistas em assegurar a sustentabilidade e o crescimento das marcas, e no futuro digital isso não será diferente.
*Priscilla Lacava é Consultora de Educação Corporativa Alura Para Empresas