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Foto por Nataliya Vaitkevich em Pexels.com

Se sua empresa nao é pet friendly, há uma série de atitudes para reduzir a ansiedade de separação que os bichanos experimentam com a volta ao escritório.

GIF Sertec_JackelyneB_300x300Voltar ao escritório depois do longo período em home office é uma adaptação não só para os profissionais, mas para seus pets que se acostumaram a passar o dia inteiro lado a lado. Para reduzir o problema e ajudar bichinhos e humanos a lidarem com essa separação, algumas empresas instituíram o pet day no escritório, o que pode ser uma vantagem competitiva nesse momento de desapego. Segundo um levantamento exclusivo feito com 30 empresas pela fiter, startup de tecnologia em neurociência, a taxa de felicidade salta de 87% para 92% entre os funcionários de empresas que permitem bichanos no ambiente corporativo. “Foi observado que a prática pet office fortalece amistosidade e a unificação das pessoas”, diz Sergio Amad, CEO da fiter.

De acordo com a pesquisa Radar Pet, mais de 37 milhões de domicílios no Brasil contam com algum animal de estimação, na maioria cães ou gatos e, em 30% deles, os bichos foram adotados durante o período de isolamento social. São mais de 54 milhões de cachorros e quase 30 milhões de gatos que acompanharam intermináveis reuniões, apareceram na tela das videoconferências e, consequentemente, GIF-200x150se apegaram mais ainda aos donos. Por isso estar um dia inteiro sem ninguém por perto pode gerar ansiedade e influenciar o comportamento desses colegas de trabalho peludos. “Bichos de estimação podem sofrer com ansiedade de separação, uma situação que fica mais complexa se o animal foi adotado durante o isolamento e nunca passou muito tempo longe do tutor”, diz Tammie KIng, especialista em comportamento animal da Mars Petcare. Marcus Vinicius Lopes, especialista Tableau da Disys Brasil, adotou o gato Zuba durante a pandemia. “Eu moro sozinho e eles me fazem companhia: o tempo que passamos juntos é muito saudável”, diz Marcus, que já era dono das cachorrinhas Dora e a Malu.

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Daniela Gaspar, analista de relacionamento da Weasy, empresa que fabrica sanitários inteligentes para bichos de estimação, agora pode levar a shih-tzu Nina uma vez por semana à sede da empresa, em São Paulo. “Durante o isolamento, a nossa convivência se intensificou e percebo que ela também sente a minha falta. Nos dias em que ela está comigo no trabalho, o tempo passa com mais leveza e vejo que ela curte a mudança também”, diz Daniela, que instalou o app da empresa no celular e agora acompanha as idas ao “banheiro” e pode controlar a limpeza do sanitário quando Nina está sozinha em casa.

Gif site (180 x 180 px) (1) (1)Se a sua empresa pratica o pet day ou mesmo se animais de estimação já fazem parte da equipe,  lembre de garantir todos os itens essenciais (bebedouro, comedouro, local para as necessidades, brinquedos e local para descanso) e checar se seu cão vai ficar bem na presença de pessoas e de outros pets desconhecidos que possam. “Essa prática costuma dar muito certo com cães, já para os gatos, sair de casa costuma ser estressante, por isso, é melhor deixá-los em seu território caso não sejam acostumados a frequentar outros locais”, diz Priscila.

Fazer uma visita a uma pet shop e trazer brinquedinhos, principalmente aqueles que liberam comida ao serem manipulados para que o cachorro brinque enquanto  se alimenta, é algo recomendado por veterinários por ser uma distração nos momentos em que o tutor não está em casa. Longos passeios antes de sair para o escritório também ajudam o cachorro a relaxar. Para os donos mais apegados, acaba de ser lançada uma coleira inteligente, a Urdog, que integra GPS com monitoramento de saúde e comportamento dos bichos usando a internet das coisas. De longe, é possível medir a temperatura, avaliar o sono e acompanhar a localização do bicho.

Manual de readaptação para cães e gatos

Atitudes que irão ajudar donos e pets nesse momento de retorno ao trabalho presencial, com dicas da Petlove e de Priscila Rizelo, médica-veterinária da Royal Canin :

Pratique o “desgrude”: assim como mães que, quando retornam ao trabalho precisam desapegar aos poucos dos bebês e adaptá-los à nova rotina, os “pais de pet” precisam desgrudar um dia de cada vez. Por exemplo: deixe o cão se divertindo com um brinquedo que ele ama na sala e vá trabalhar em um cômodo da casa com a porta fechada. Ou comece a sair de casa em alguns períodos e vá prolongando a ausência, para que ele entenda que você vai, mas uma hora volta.

Reduza o contato físico: Evite dar carinho a todo momento. Nada de ficar o bicho no colo o  dia todo nesse momento. Caso o home office esteja com os dias contados, comece a diminuir as sessões de afagos e não fique chamando o cachorro a toda hora para brincar. Ele precisa criar um pouco de autonomia para ficar bem quando você estiver fora.

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Crie uma nova rotina: Faça adaptações desde já. Exemplo: se os passeios vão acontecer pela manhã e à noite com a volta ao escritório, então passe a dar uma volta com ele somente nesses períodos e o acostume a não criar expectativas de ir para a rua quando o sol ainda estiver aparecendo na janela.

Readapte seu bichinho a fazer xixi em casa: Os cães não devem ficar horas a fio sem fazer as necessidades. “Isso pode resultar em problemas urinários e em eliminações em locais indesejados, caso o pet não consiga se segurar”, diz Priscila. A melhor alternativa é instituir treinamentos para que eles aprendam a fazer xixi dentro de casa em locais especialmente destinados a isso. Os cães são muito inteligentes e conseguem aprender com consistência e dedicação.

total-grupo-gif-180x180Ponha um som na caixa : “Usar músicas relaxantes desenvolvidas especialmente para gatos e cães é apenas uma das alternativas para diminuir a ansiedade deles enquanto passam o tempo sozinhos em casa. Ainda mais importante que o uso desse recurso é disponibilizar locais para os pets se abrigarem e sentirem seguros enquanto o tutor estiver ausente, deixar todos os itens essenciais (água, alimento, banheiros, local de descanso) disponíveis e acessíveis”, diz Priscila. Associar a hora da alimentação ou a ida ao banheiro  com a presença do tutor pode gerar maior dependência e ansiedade.

Recorra a “calmantes” naturais: Existem alimentos especificamente formulados para ajudar cães a se sentirem mais relaxados diante das situações intensas, como a ausência prolongada do tutor. Outra solução são os produtos análogos dos feromônios felino e canino que geram nos bichos sensação de bem-estar e controle maior do ambiente. Peça orientação ao veterinário.
Evite despedidas prolongadas: assim seu pet entende que a sua saída não é motivo de preocupação e sim uma coisa corriqueira. A chegada em casa também deve ser calma e sem alarde. Espere alguns minutos para começar brincadeiras e a fazer festa.

Fonte: Forbes Brasil