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Como o desequilíbrio nas finanças pessoais podem interferir na produtividade no trabalho e que ações as empresas podem promover para auxiliar seus colaboradores

Estudos recentes de finanças comportamentais (Mani, A., Mullainathan, S., Shafir, E., & Zhao, J. – 2013) revelam que as preocupações financeiras são prejudiciais às habilidades cognitivas. Ou seja, pessoas com finanças pessoais desequilibradas tem prejudicada a capacidade de absorver e processar informações. Uma característica das preocupações financeiras mapeada pelos pesquisadores é que elas tem um caráter permanente, sendo que, tal constância é cansativa para o cérebro. Quando se está com falta de dinheiro, endividado e inadimplente o indivíduo se vê continuamente distraído por tal preocupação.

Os pesquisadores resolveram testar em condições de laboratório se tal distração poderia comprometer o raciocínio eficiente e a produtividade. Deram aos participantes do estudo alguns problemas financeiros para resolver. A questão variava em sua magnitude financeira (de R$150,00 a R$15.000,00). Na sequência, os pesquisadores deram aos participantes uma série de testes de atenção e capacidade cognitiva. Como resultado, observaram que aqueles que lidaram com problemas financeiros pequenos (R$150,00), não tiveram comprometimento da capacidade cognitiva. No entanto, os que lidaram com um problema maior (R$15.000), tiveram uma performance substancialmente pior em suas habilidades de atenção e resolução de problemas. Ou seja, a preocupação financeira grande, ainda que hipotética, comprometeu o desempenho nos teste ministrados.

Saindo do ambiente de laboratório, os pesquisadores foram à campo e levaram os testes cognitivos aos pequenos produtores rurais. Alguns produtores fizeram o teste antes da colheita (período no qual ainda não foram pagos). Outra amostra de produtores fez o teste após a colheita (quando a maioria já havia sido paga). Conforme esperado, os produtores que fizeram o teste após a colheita tiveram uma performance superior nos testes.

Sendo assim, aferimos que, de fato, quando há preocupações financeiras relevantes, a mente humana encontra obstáculos para executar funções que exigem raciocínio e atenção. Na esfera profissional, o colaborador verá sua produtividade cair, consequência de uma capacidade de resolução de problemas e gestão de conflitos reduzida. Tal diagnóstico trás a tona alternativas que empresas pioneiras no cuidado e na capacitação do colaborador tem buscado, como a Agro Amazônia, tem buscado.

No primeiro trimestre de 2021, a gigante do agronegócio brasileiro que é considerada há mais de 10 anos uma das 150 melhores empresas do país para se trabalhar, iniciou um projeto de treinamento de 52 colaboradores da matriz em Cuiabá, através de palestras e dinâmicas com um especialista, levando conhecimento e ferramentas relevantes para gestão financeira de seus colaboradores. Tal ação tem tido um feedback surpreendente tanto dos colaboradores participantes quanto dos próprios gestores que contrataram o treinamento. Nas palavras da Coordenadora de GP do grupo, Mariana Uhde: “A idealização do projeto foi buscando o conhecimento para os colaboradores, e você conseguiu fazer algo bem personalizado, atendendo o que buscávamos. Vemos os “burburinhos” nos corredores e todos os participantes empolgados. Eu mesma, como participante, aprendi muito e acho que este projeto tem tudo para se extender no mercado”. Em um país dominado por inadimplência e endividamento, com altas taxas de juros, investir na produtividade dos funcionários com ações como esta é um diferencial com payback exponencial, gerando frutos na satisfação pessoal de cada colaborador que irão se converter em resultados para a empresa.

Fonte: Administradores