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Com a pandemia da covid-19, a saúde mental dos colaboradores começa a ganhar relevância entre as lideranças das instituições

A pandemia mudou a realidade como a conhecíamos. Aspectos sociais, pessoais e também a relação com o trabalho. O home office total ou parcial é uma das tendências para o trabalho do futuro, mesmo no pós-pandemia. O novo cenário faz surgir também um novo ponto de atenção aos gestores: a saúde mental dos colaboradores, e como mantê-la em dia.

Dados do novo relatório anual da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, mostram que 76,1% das pessoas com carteira assinada afirmaram ter trabalhado muito bem remotamente, inclusive, 27,3% afirmaram ter aproveitado o tempo que deixaram de gastar no deslocamento até o escritório para estudar online, e 20,9% para passar mais tempo com a família.

Porém, vários aspectos contribuem para a situação da saúde mental de 43,7% das pessoas. São eles: incertezas quanto à economia, à saúde, à segurança no trabalho;  queda na produtividade; sensação de instabilidade; necessidade de os profissionais se dividirem entre afazeres de casa, atenção à família, videoconferências.

De acordo com a pesquisa, mulheres foram as mais acometidas pela ansiedade: 28% delas afirmaram ter enfrentado o problema. Entre os homens, a taxa ficou em 8,33%. Foram elas também que tiveram mais dificuldade de concentração. A porcentagem ficou em 24% entre as mulheres, e 17,71% entre eles. E quanto ao estresse, os homens sofreram mais, com 7,29% ante 5% das mulheres.

Acolhimento, pertencimento e diversidade são alguns dos pontos que unem gestão e cultura empresarial à saúde mental de funcionários e líderes. Essa visão de que a cultura da empresa é a raiz dos problemas e soluções nas questões emocionais dos trabalhadores nem sempre é lembrada quando políticas de bem estar de funcionários são desenvolvidas. De acordo com lideranças que participam do Summit de Saúde Mental nas Organizações, a receita para o sucesso de times e empresas passa pela acolhida e diversidade.

“Veja como a questão do comportamento e das habilidades sócio-emocionais são importantes. Saindo da questão da doença e falando de ambiente de trabalho, somente agora as empresas estão olhando com mais cuidado para o que chamo de variável humana. É importante que as pessoas também estejam atentas à isso e assumam o autocontrole de suas vidas para que possam se inserir melhor no mercado de trabalho, criarem seu próprios negócios ou, enfim, atinjam todo seu potencial”, afirma Victor Bigelli, psiquiatra e professor do curso Mente em Foco.

Não ajudar os funcionários com seus problemas de saúde mental tem um custo – e ele é caro. Segundo a pesquisadora Sara Evans-Lacko, da London School of Economics, o Brasil perde 78 bilhões de dólares com a queda de produtividade causada pela depressão. “As empresas podem se preparar para entender e respeitar as questões de saúde mental dos colaboradores oferecendo programas de qualidade de vida e métodos através de ferramentas de avaliação psicológica que oferecem ao colaborador a oportunidade de autoconhecimento e autodesenvolvimento”, explica a psicóloga da MAPA Nayara Teixeira.

Fonte: Exame