
Novas Diretrizes Curriculares Nacionais entraram em vigor no dia 1º de novembro
Na última segunda-feira, 1º de novembro, entrou em vigor a Resolução Nº 5, de 14 de outubro de 2021, que alterou as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos superiores de Administração no Brasil. A mudança afetará não só os estudantes e professores, mas também as instituições de ensino que terão até três anos para se adaptar às novas regras, tanto para o formato presencial quanto a distância.
De acordo com a coordenadora da Comissão Especial de Análise das DCNs dos Cursos de Administração e diretora da Câmara de Formação Profissional do Conselho Federal de Administração (CFA), Cláudia Stadtlober, a última reformulação datava de 2005. “Os principais ajustes foram feitos em dois eixos: competências e mecanismo de avaliação, que deve avaliar o impacto do curso no aluno e na sociedade”, informou Stradtlober. Os resultados concretos das alterações, porém, só devem ser vistos em 7 ou mesmo 10 anos, quando as primeiras turmas formadas sob o novo currículo estarão ingressando no mercado de trabalho.
A elaboração das novas DCNs contou com a participação de representantes do Conselho Federal de Administração (CFA), da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD), do Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), do Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado do Rio de Janeiro (SEMERJ/ANGRAD) e da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP/ANGRAD).
Os motivos que levaram a mobilizar essas instituições em torno da atualização das DCNs foram a queda no interesse e na busca dos estudantes pelo curso, a redução na qualidade do ensino – com apenas 1,6% dos cursos apresentando nota 5 no Enade – e os perfis profissionais que estão demandados pelo mercado de trabalho. Habilidades como pensamento computacional, capacidade analítica, lifelong learning (aprendizado ao longo da vida) e atuação com equipes estão entre as principais na formação do administrador do futuro.
Conheça alguns dos principais pontos determinados pelas diretrizes:
Foco nas competências
O primeiro aspecto que destacamos do novo currículo é o foco no desenvolvimento de competências. Se antes o conteúdo devia seguir à risca uma grade nacional, a partir do dia 1º de novembro só algumas competências serão fundamentais, enquanto outras ficarão a critério de cada instituição de ensino.
Flexibilidade nos conteúdos
“Temos agora DCNs com muita flexibilidade, que dá autonomia para os cursos poderem olhar para os aspectos da sua região, para a questão da empregabilidade do seu município e de cada local”, explicou Cláudia Stradtlober.
Práticas profissionais obrigatórias
Stadtlober afirmou que o CFA fez questão de que essas mudanças contemplassem também as atividades práticas profissionais. Segundo a coordenadora, não se trata dos estágios curriculares, mas de atividades práticas que proporcionem efetivamente uma vivência profissional aliada à teoria. “Nem todos os estágios qualificam o aluno. A proposta é de uma prática profissional que proporcione uma aproximação da realidade”, enfatizou.
Fonte: Administradores