
Estudo aponta que 70% dos brasileiros que estão em home office desejam se manter na modalidade
O home office se tornou a modalidade preferida entre brasileiros. É o que aponta um estudo divulgado pela Bare International, empresa referência em pesquisas com foco na experiência do cliente.
A pesquisa entrevistou 592 pessoas, entre os dias 3 e 13 de setembro. Do total de entrevistados, 76% afirmou estar empregada no momento, sendo 38% em regime home office. Dos que estão trabalhando nessa modalidade, 70% respondeu que não desejam retornar ao trabalho presencial.
Entre os motivos apontados está o conforto do lar, a economia no tempo de deslocamento até o local de trabalho e a possibilidade de ter mais tempo disponível para outras atividades, como estudo e tempo com a família. Eles também afirmaram ter notado um aumento em sua eficiência no trabalho em home office.
Em contraponto, os 30% que atualmente trabalham em regime home office, mas responderam que gostariam de voltar ao trabalho presencial, apontaram como motivo: a vontade de rever e interagir com colegas de trabalho; resolver problemas de forma mais rápida; maior oportunidade de desenvolvimento profissional; melhorar sintomas de estresse, depressão e problemas de saúde gerados durante o isolamento; a necessidade de sair de casa; e a falta de espaço ideal para trabalhar em casa.
Pandemia acelerou as mudanças nas relações de trabalho
Novas modalidaes de trabalho já vinham sendo implementadas aos poucos antes da pandemia, mas a crise sanitária acelerou esse processo. E a necessidade de isolamento para conter o alastramento do vírus tornou a ideia do trabalho remoto mais fácil de ser aceita. Ademais, Tania Alves, gerente geral da Bare International no Brasil, destaca que a pandemia e o isolamento trouxeram à tona a necessidade de estreitar relações pessoais.
“Durante esse período, muita gente ficou mais sensível à necessidade de fortalecer relações pessoais e outros aspectos da vida fora do trabalho. Com isso, passou-se a considerar uma maior organização do tempo, o que é mais fácil com o modelo remoto”, explica Tania.
Tania também destaca os benefícios que o trabalho remoto traz para as empresas no que diz respeito aos custos.
“A pandemia trouxe problemas financeiros para muitas empresas, e o trabalho remoto gera economia com redução de área locada, menor gasto com energia nos escritórios até o fato de não precisar custear o transporte dos funcionários”, diz Tania.
Muitas empresas ainda não têm projeto de retorno
O estudo também apontou que, entre os entrevistados, 71% afirmou que suas respectivas empresas ainda não têm uma previsão de retorno presencial.
Entre as empresas que já apresentaram um plano de retorno presencial, 51% informaram que o retorno ocorrerá de forma híbrida (presencial/home office); 31% irão retornar no segundo semestre de 2021; 8% não irão retornar ao modelo presencial; 6% pretendem retornar no primeiro semestre de 2022; e 4% só irão retornar após todos os funcionários estarem com a vacinação completa.
Consolidação do modelo híbrido exigirá adaptação
A tendência do modelo híbrido veio para ficar. É o que aponta Flávio Padovan, sócio da MRD Consulting. Porém, ele alerta que algumas mudanças serão necessárias para acomodar a nova realidade. Entre as principais, ele destaca a necessidade de remodelar os espaços dos escritórios, de forma a criar um ambiente mais acolhedor.
Além disso, ele aponta que o processo de comunicação terá de passar por uma adaptação. “A pandemia trouxe problemas financeiros para muitas empresas, e o trabalho remoto gera economia com redução de área locada, menor gasto com energia nos escritórios até o fato de não precisar custear o transporte dos funcionários”, conclui.