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Empresas precisaram adaptar o processo seletivo e integração de novos funcionários por causa do isolamento social

A pandemia do coronavírus gerou uma paralisação na economia e, por consequência, o número de desempregados voltou a subir. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), a taxa de desemprego subiu para 12,6% no trimestre encerrado em abril – o que representa 12,8 milhões de pessoas. No entanto, aos poucos, as empresas estão voltando a contratar.

Um estudo da especialista em recrutamento Spring Professional identificou que, apesar de 51% dos setores estarem com as contratações congeladas, 19% seguem com os processos seletivos normalmente – o destaque é para os mercados de tecnologia (23%), alimentos (20%) e farmacêutico (13%). Além disso, 67% das empresas pretendem retomar integralmente as contratações que estão paradas.

Segundo a pesquisa, o maior desafio para aqueles que mantiveram as contratações foi adaptar o processo seletivo para ser feito totalmente de forma remota – 55% das organizações precisaram efetuar mudanças significativas em seus processos admissionais e de integração.

A TecBan, administradora do Banco24Horas, faz parte da lista de organizações que não interromperam os processos de seleção e precisou se adaptar. “Desde que a quarentena se iniciou, todos os processos seletivos passaram a acontecer de forma online com entrevistas realizadas por videoconferência”, explica Marina Bertollucci, superintendente de RH e Sustentabilidade da empresa. Entre os meses de março e abril, a companhia contratou 186 profissionais em 32 cidades brasileiras para trabalhar em áreas como marketing, comunicação, administrativo, manutenção, tesouraria, TI e operações.

O mesmo aconteceu com a plataforma de compra e venda online OLX. Segundo com Sérgio Povoa, diretor de recursos humanos da companhia, nos dois primeiros meses da pandemia foram contratados 14 novos funcionários e ainda existem em torno de 30 vagas abertas para as áreas de finanças, tecnologia, produtos e operacional. “A nossa decisão foi de manter a estratégia de crescimento de médio e longo prazo mesmo com a pandemia. Nós somos uma empresa muito digital, então já tínhamos contratações remotas em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro”, explica.

Integração à distância
O processo de seleção remoto não é tão complexo e já faz parte da rotina de muitas empresas. Mas a necessidade da integração à distância é novidade para a maioria – principalmente porque é nesse primeiro contato que o profissional vai conhecer de fato a empresa e a cultura corporativa. O estudo da Spring Professional identifica que 94% das empresas alegam que os candidatos estão confortáveis e compreendem a necessidade dessas mudanças, e entendem que isso não irá atrapalhar seu processo de integração. Além disso, 80% das companhias que implementaram mudanças no processo de onboarding alegam que pretendem manter (ou adaptar) essas inovações, mesmo após o fim do isolamento.

“A dúvida era: como fazer aquela primeira semana de imersão e compartilhar a cultura da empresa? E a solução foi intensificar alguns rituais, como o contato com os parceiros que ajudam a pessoa a se ambientar, o e-mail de apresentação, reuniões diárias com o gestor e com a equipe, além do feedback no final da primeira semana”, explica Rui Brandão, CEO do Zenklub – a plataforma de bem-estar e saúde emocional tinha 25 colaboradores em fevereiro; hoje já são 50 e existem mais 15 vagas abertas para as áreas de vendas, experiência de usuário, atendimento e TI.

 

Fonte: Você RH