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A Comunicação Não Violenta (CNV) é uma soft skill cada vez mais necessária para profissionais que desejam se desenvolver na carreira. Ela propõe uma nova forma de expressar desejos e necessidades, sempre escolhendo um caminho de conciliação e com atitudes pacíficas.

EMGN-200x200-gif (1)Este artigo abordará o conceito da CNV desenvolvido por Marshall Rosenberg e os benefícios que a técnica traz para o ambiente de trabalho. Ainda, mostraremos com exemplos práticos como aplicar a comunicação empática para conquistar uma conduta harmoniosa nos setores pessoal e profissional.

Entendendo o termo Comunicação Não Violenta (CNV)

Criado pelo psicólogo Marshall Rosenberg, na década de 1960, o termo Comunicação Não Violenta (CNV) representa um tipo de abordagem comunicacional que engloba as habilidades de falar e ouvir.

A prática sugere que os interlocutores devem se entregar inteiramente ao diálogo, promovendo a conexão com si mesmo e com os demais. Desse modo, a comunicação se apresenta de forma humana, sensível e empática.

Para agregar a expressão ‘não violenta’, Rosenberg aproveitou o conceito criado por Mahatma Gandhi, definido como uma condição compassiva natural que vem à tona quando afastamos a violência das nossas ações e sentimentos.

Na prática, a Comunicação Não Violenta está fundamentada em competências de linguagem e comunicação capazes de reformular a maneira como nos expressamos e ouvimos as outras pessoas.

Ademais, o psicólogo defende que as respostas aos estímulos comunicacionais devem deixar de ser automáticas e repetitivas para serem mais conscientes. Tudo isso com base em percepções sobre cada situação, observando comportamentos e fatores que influenciam nossas ações.

Vale destacar que a CNV prioriza a escuta ativa e profunda, tornando as interações humanas mais respeitosas, atentas e empáticas.

4 componentes da Comunicação Não Violenta (que não são 4 passos da CNV)

Também chamada de “Comunicação Empática”, a CNV tem 4 pilares fundamentais em sua estrutura, criada por Rosenberg, são eles: observação, sentimentos, necessidades e pedidos.

Banner André Mancuzzo_Akemi e Penillo (1)1. Observação

Observar o que está acontecendo para saber ouvir sem julgamento. Essa é a primeira orientação de Rosenberg. A ideia é questionar se a mensagem recebida, seja por ações ou falas, acrescenta algo positivo na relação. Nesse sentido, devemos analisar sem fazer juízo de valor. Assim, conseguimos compreender o que nos agrada ou desagrada diante de determinada situação.

2. Sentimentos

O próximo passo é indagar sem fazer avaliações. Significa entender qual sentimento determinada situação desperta. Marshall Rosenberg sugere que os sentimentos precisam ser nomeados, por exemplo, medo, raiva, felicidade, mágoa, entre outros. Sendo assim, é fundamental se permitir ser vulnerável para resolver conflitos. Desse modo, conseguimos compreender a diferença entre o que sentimos e o que pensamos ou interpretamos.

3. Necessidades

O terceiro pilar defende que devemos compreender ao invés de usar estratégias. Ao compreender qual sentimento determinada situação despertou, é o momento de reconhecer quais necessidades estão ligadas a ele. Para o psicólogo criador da CNV, quando alguém expressa suas carências, a possibilidade delas serem atendidas é muito maior. Além disso, a consciência dos pilares anteriores deve vir de uma análise pessoal clara e honesta.

4. Pedidos (argumentar ao invés de dar ordens)

Por fim, devemos argumentar ao invés de dar ordens. Isso significa solicitar o que queremos da outra pessoa com clareza e fundamentar o pedido em ações concretas. Rosenberg recomenda usar uma linguagem positiva e afirmativa sempre que precisarmos fazer um pedido. Para tanto, é importante evitar frases abstratas, ambíguas ou vagas. Logo, a clareza é fundamental.

BENEFÍCIOS CORPORATIVOSComo praticar a Comunicação Não Violenta?

Exercitar a Comunicação Não Violenta no cotidiano pessoal ou profissional exige prática constante. Após conhecer os pilares da CNV, relacionamos 10 dicas para aplicação gradual, capazes de transformar nossa forma de relacionamento interpessoal:

  1. Busque se comunicar com todos sem prejulgamentos ou definições sobre “certo” ou “errado”;
  2. Não meça as atitudes do outro pela sua régua;
  3. Procure nunca se comparar, nem comparar as pessoas com as quais você convive com outros indivíduos;
  4. Elimine qualquer tom acusatório da sua fala. Isso provoca reações defensivas e inviabiliza a comunicação;
  5. Explique suas necessidades com calma e clareza;
  6. Questione-se sobre possíveis rótulos colocados em você e nas pessoas ao seu redor;
  7. Ao enfrentar um conflito ou precisar mediar uma situação divergente, procure pontos em comum entre você e as outras pessoas. A solução pode vir das afinidades;
  8. Coloque-se no lugar do outro, sempre que possível;
  9. Manifeste seus pontos vulneráveis quando se sentir confortável para tal. Isso vai lhe aproximar das outras pessoas. Afinal, todos temos suscetibilidades;
  10. Pondere com calma e exercite a empatia sempre, principalmente antes de responder a uma ofensa ou ataque. Não dê réplicas no mesmo tom.

Exemplos de Comunicação Não Violenta

Ao praticar a Comunicação Não Violenta, lembre-se de sempre analisar cada situação utilizando os quatro pilares sugeridos por Marshall Rosenberg:

  • Observe o que está acontecendo, sem fazer julgamento;
  • Tente nominar e compreender o sentimento que a situação causou;
  • Identifique a necessidade atrelada àquele sentimento;
  • Expresse seu pedido com clareza.

total1A seguir, apresentamos exemplos onde a Comunicação Não Violenta foi praticada com êxito: uma conversa entre um casal, um diálogo entre mãe e filho, uma conversa em família e, por fim, uma situação no ambiente de trabalho.

Conversa entre um casal

“Percebi que nas últimas vezes que pedi para não deixar roupas pelo chão, você ficou irritado e alterado (observação). Saiba que isso me deixa chateada (sentimento), pois me sinto cansada de recolher (necessidade). Agradeço se você lembrar de colocar suas peças no cesto (pedido)”.

UNIMED_BANNER-DIGITAL-23-300x300pxDiálogo entre mãe e filho pequeno

“Meu filho, quando você deixa os brinquedos espalhados pela casa (observação), eu fico muito zangada (sentimento). Entenda que os cômodos precisam estar organizados para podermos caminhar (necessidade). Preciso que você guarde seus brinquedos, assim ajuda a mamãe e evita acidentes (pedido)”.

Conversa em família

“Falar sobre política nesta casa deixa você alterado e irritado (observação). Fico receoso e triste com isso (sentimento), pois deveríamos conversar sobre o tema apresentando nossos pontos de vista. Ainda que eles sejam contrários (necessidade), gostaria de entender seu posicionamento e seria ótimo se você me escutasse (pedido)”.

Diálogo no ambiente de trabalho

“Colega, quando você fala dessa forma comigo (observação), eu me sinto irritado e diminuído perante os demais (sentimento). Preciso me sentir respeitado e saber que posso contar com meus companheiros de equipe para meu desenvolvimento na empresa (necessidade). Na próxima vez que você discordar de algo, pode me chamar para conversarmos em particular (pedido)”.

Fonte: Rh Portal