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Foto por Oleg Magni em Pexels.com

O mercado de trabalho se transformou por completo desde o início da pandemia. Mais do que isto, as pessoas passaram a rever conceitos, a repensar o que efetivamente é importante para elas e, consequentemente, a cogitar novos rumos. Muitos profissionais tiveram a oportunidade de vivenciar o trabalho remoto ao longo dos últimos anos e boa parte deles não quer abrir mão da flexibilidade conquistada.

GIF Sertec_JackelyneB_300x300Segundo pesquisa da Robert Half, que entrevistou 1.161 profissionais ao redor de todo o País, 39% dos colaboradores buscariam um novo emprego se a empresa onde trabalham atualmente decidisse não oferecer ao menos uma opção parcialmente remota.

“Não é mais novidade a necessidade de diálogo entre empresas e funcionários para definir qual será a melhor experiência de trabalho daqui em diante. Cada profissional, empresa ou área se relaciona com o trabalho remoto de maneira muito particular. Teve quem mudou de cidade, quem resolveu buscar uma vida mais tranquila, quem passou a conviver mais com os filhos e não quer abrir mão disso. Assim como há quem sinta a necessidade de ir ao escritório para produzir e evitar distrações. Sem dúvidas, a melhor forma de lidar com essas peculiaridades é por meio do diálogo aberto, transparente e da inclusão do colaborador nessa decisão de retorno”, argumenta Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

bloggif_62d819408607eHome office como modalidade de trabalho e não mais como benefício

Até o começo de 2020, o trabalho remoto não fazia parte da realidade da maioria dos trabalhadores brasileiros. De acordo com os entrevistados, apenas 21% tinham a possibilidade de trabalhar de casa antes da pandemia. Entre os recrutadores, 26% disseram que já ofereciam home office como parte do pacote de benefícios corporativos.

No entanto, a sociedade passou por disrupções que promoveram mudanças no cerne do mercado. Ficou claro ser possível contribuir para a prosperidade dos negócios, independentemente da localização geográfica em relação à organização.

Se antes o trabalho remoto era visto como um benefício, hoje o colaborador tem a consciência de que está diante de um modelo de trabalho preparado para o futuro. Essa percepção é compartilhada por todas as categorias entrevistadas pela Robert Half. Entre os empregados, 77% enxergam o home office como um modelo de trabalho. Já entre os recrutadores, 72% emitem a mesma opinião. Ao ouvir os desempregados, a porcentagem atinge 80%.

Veja mais: Pesquisa: 75% das pessoas dizem estar “extremamente felizes” em home office

Preferência pelo híbrido

A possibilidade de manter a vida pessoal em equilíbrio com a profissional sem perder por completo o poder do encontro físico fez com que o modelo híbrido, aquele que mescla dias no escritório e dias em casa, se destacasse entre empresas e profissionais. Na visão de 77% dos empregados, esse é o melhor modelo de trabalho. Em seguida, 17% indicam o trabalho remoto e apenas 6% o modelo integralmente presencial.

GIF-200x150O estudo ainda demonstra que as empresas estão atentas ao desejo dos colaboradores, embora algumas não tenham um plano de retorno totalmente definido. A depender de 57% dos recrutadores entrevistados, as companhias para as quais trabalham devem adotar o modelo híbrido de trabalho daqui para a frente. Além deles, 33% indicaram que planejam retornar ao modelo 100% presencial e 10% disseram que permanecerão integralmente em home office.

Estratégia de atração e retenção de talentos demanda escuta ativa 

Diante desse cenário, o levantamento comprova que a tendência já é percebida na rotina das organizações: 42% dos recrutadores revelaram que têm visto colaboradores buscarem um novo trabalho depois que a empresa optou pelo retorno 100% presencial. Na percepção de 22% deles, por mais que ainda não sintam o impacto no dia a dia, essa evasão ainda pode vir a acontecer no futuro. Entre os desempregados, 20% disseram que não aceitariam uma proposta de trabalho de uma empresa que não oferecesse trabalho remoto de maneira parcial ou integral.

bloggif_62d811f09950b“Os níveis de desemprego da população em geral tem caído, mas ao analisar especialmente o mercado de profissionais qualificados, eles se mostram expressivamente menores. Para se ter uma ideia, no segundo trimestre de 2022, a taxa de desemprego para esse grupo ficou em 5,3%. Por isso, mais do que nunca é tão importante escutar sua força de trabalho”, analisa Mantovani.

“A evolução dos modelos de trabalho representou uma das maiores quebras de paradigma dos últimos anos e fugir disso seria caminhar em direção ao passado. Caiu por terra o pensamento que vinculava produtividade ao trabalho integralmente presencial. Portanto, as empresas que, sem justificativa, optarem pelo retorno completo ao escritório terão dificuldade para atrair talentos, que já não estão à solta no mercado, além de correr o risco de perder profissionais-chave para companhias mais flexíveis”, conclui o diretor-geral da Robert Half.

Fonte: Rh pra Você