
Uma das coisas mais difíceis para um líder é demitir um colaborador. Mesmo que este líder seja experiente e já tenha vivenciado esta experiência outras vezes, nunca é algo confortável pelo simples fato de ser algo que tem impacto na vida do outro. O mundo atual demanda os processos que envolvam pessoas ocorram de maneira respeitosa e para isto deve ser tratado como uma demissão humanizada.
Se você pretende tirar as suas principais dúvidas, confira a dicas da Denise Brasil que é Influencer no LinkedIn com mais de 530k seguidores, membro do programa LinkeIdn for Creators que reúne os maiores criadores de conteúdo da rede e foi eleita Top Voice em Carreira no ano de 2022.
Houve um tempo em que este processo ocorria sem o mínimo de comunicação por parte da liderança, quando não era delegada ao Departamento Pessoal, já que o feedback não era algo natural e exercido por ”chefes” e muitas vezes a pessoa era surpreendida com a demissão sem muitas vezes saber o que a levou ali.
Atualmente o mínimo que se espera em um processo deste é que o colaborador ao ser desligado não seja surpreendido por já conhecer seus gaps e ter conversas recorrentes com seu líder que evidencie aquilo que não esteja de acordo com as expectativas do cargo.
Como as empresas evoluem e seus líderes também, espera-se que hoje em dia este processo seja cada vez mais respeitoso e humanizado pois ele faz parte de toda a jornada de experiência do colaborador ou como você já deve ter ouvido por aí – employer experience – que vai desde o momento em que uma pessoa se candidata a uma vaga na empresa até o colaborador ser desligado, dando forma à marca empregadora da empresa.
O colaborador demitido de uma maneira desrespeitosa será sempre um detrator da marca empregadora da sua empresa e poderá reforçar isso negativamente onde estiver para possíveis futuros colaboradores.
Além disso, isso se amplifica hoje em dia em redes sociais e até em ferramentas de avaliação das empresas como o Glassdoor (antigo Love Mondays). Uma marca empregadora manchada por processos de demissão desastrosos levará muito tempo para se refazer no mercado.
Hoje em dia as pessoas pesquisam tudo na internet em sites de busca e em redes sociais antes de comprarem um item qualquer e não seria diferente quando se trata de procurarem saber todas as informações que podem dizer algo a respeito da empresa que possam vir a trabalhar, além da pesquisa informal conversando com conhecidos a fim de saber detalhes sobre a cultura da empresa e a realidade daquela marca empregadora.
Neste artigo, compartilho com você as principais práticas fundamentais para uma demissão humanizada. São eles:
10 práticas fundamentais para uma Demissão Humanizada
- O desligamento é feito sempre individualmente em um lugar reservado para que a pessoa não se sinta constrangida pela presença de colegas ou intimidada por outros presentes no local. O líder deve ser direto e informar o desligamento e dizer o que levou àquela decisão com base em outros feedbacks dados anteriormente. Como algumas pessoas costumam ficar nervosas, pode ser necessário esperar a pessoa se acalmar para concluir o processo.
- O desligamento é algo que deve ser feito preferencialmente presencialmente para que seja um processo pessoal. Atualmente o modelo de trabalho pode não oferecer esta opção, mas sempre que possível ele deve ser escolhido.
- O dia ou o horário ideal para que alguém seja desligado é importante ser observado, para que não gere ainda mais desconforto. Na volta das férias, no dia do aniversário, na volta de uma licença não são boas datas para se desligar alguém. Já o horário, é bom que seja parte da manhã para que ela não tenha que ficar desconfortável ao longo do dia esperando para ir embora.
- Se existe algo que precisa ser repassado a outros colegas, o líder deve pedir para que ele faça isso e pode também perguntar o status de projetos e demandas para que outros colegas sejam envolvidos e possam se inteirar do que foi demandado.
- O líder deve seguir os procedimentos da empresa e informar ao colaborador sobre a entrega dos equipamentos e sobre a suspensão dos acessos, seguindo as recomendações de segurança da informação da empresa.
- Permitir que o colaborador se despeça pessoalmente das pessoas é respeitoso e adequado caso não seja algo que irá prejudicar outras pessoas.
- O líder pode e deve oferecer auxílio ao colaborador caso ele precise de ser recomendado e couber nesta relação. Uma carta de recomendação quando este colaborador estiver indo ao mercado buscar uma recolocação pode ser fornecida.
- Comunicar ao time é fundamental e respeitoso com a equipe que muitas vezes pode ficar sensibilizada com a saída do colega e pode ficar confusa com o processo, já que os feedbacks são dados individualmente.
- Ser positivo e agradecer à pessoa pelos serviços prestados é correto e necessário.
- Encaminhar o colaborador ao Departamento Pessoal e lá ele obter todas as orientações legais sobre data da homologação e direitos inclusos no processo é fundamental, além de deixar uma pessoa como referência em caso de dúvidas sobre o processo.
Em toda jornada do colaborador dentro de uma organização há de se considerar o tempo dedicado à empresa e toda contribuição dada por ele ao longo do tempo em que trabalhou lá, de forma respeitosa e humanizada, esta relação permanecerá no patamar de respeito entre as partes.
Para garantir que a empresa possua um processo de demissão humanizada é necessário que os líderes sejam preparados para isso na sua formação e que a empresa reforce continuamente seus valores como marca empregadora.
A área de Gestão de Pessoas é responsável por instrumentalizar este líder através de treinamento, informações sobre o processo e aprimoramento do processo contínuo de feedbacks, através da avaliação de desempenho.
Além disso possuir um instrumento de entrevista de desligamento pode auxiliar neste processo afim de coletar as impressões do colaborador a respeito deste processo.
Gostou de saber como funciona o processo de demissão humanizada? Confira também o nosso artigo sobre como se destacar nas entrevistas de emprego com um segundo idioma.