Mercado desconfia de ciclos muito curtos nas empresas, diz especialista. Confira quais os problemas que a inquietude profissional pode trazer para sua carreira
Para quem está no início da carreira profissional, ter passagens em diferentes empresas é vantajoso para o currículo e pode ser considerada uma das etapas necessárias da ascensão profissional.
Mas quando as mudanças se tornam uma constante na vida de quem já possui certa experiência profissional, o mercado desconfia. É o que diz Andréa de Paula Santos, sócia da Ascend RH e especialista em recrutamento de executivos de alta e média gerência. Segundo ela, não é indicado completar ciclos de um ano ou dois no máximo em cada empresa. Profissionais devem, em geral, cumprir ciclos de médio prazo, de 4 a 5 anos.
“Ficar procurando um emprego o tempo todo, mesmo estando empregado, revela alguns pontos que o profissional deve prestar atenção”, diz Andréa. Confira quais os riscos desta inquietude profissional para sua carreira, de acordo com a especialista:
1 Falta de foco na carreira
Um bom profissional deve estar antenado às novas oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho. Mas também deve saber o que ele quer construir durante sua trajetória profissional.
Ficar “pulando de galho em galho”, trocando de empresa a cada seis meses, por exemplo, resulta na perda de foco de carreira. “É um sinal de que esta pessoa não sabe o que quer”
Dica: é certo que toda escolha traz um custo de oportunidade. Por isso, o autoconhecimento é fundamental para fazer opções mais acertadas.
2 Perda de chances de ascensão dentro das empresas
Uma pessoa que se destaca no ambiente corporativo pode levar de um a dois anos para reverter seu sucesso em uma promoção. É o tempo necessário para os gestores perceberem a consolidação do trabalho realizado.
Mas quem passa pouco tempo em uma empresa perde esta chance porque, obviamente, não estará mais lá para colher os louros de sua competência.
Dica: se você está em busca de ascensão profissional mais rápida, priorize projetos de curto e médio prazo que tragam resultados em alguns meses. Quanto antes você bater as metas, mais rápido o reconhecimento virá e, com ele, as chances de você ser promovido.
3 Você terá que dar bons motivos para recrutadores na hora explicar sua intensa movimentação de carreira
Nas entrevistas de emprego, escapar de explicar ao recrutador o que motivou a sua movimentação de carreira é quase impossível. Afinal esta é uma das 20 perguntas mais frequentes, segundo especialistas. Com os recrutadores percebendo os ciclos nas empresas estão cada vez mais curtos, os critérios adotados para as mudanças de empresas serão avaliados.
Dica: se o seu histórico profissional é do tipo que contêm apenas ciclos curtos, prepare-se para ser consistente na explicação dada ao recrutador. Colocar a questão financeira como única motivadora não é indicado, ela deve entrar no pacote de vantagens que impulsionaram a mudança.
4 A sua maturidade profissional pode ser posta em xeque
Se o mercado enxerga com bons olhos ciclos curtos no início de carreira, para profissionais mais experientes, intensas mudanças são vistas com bastante ressalva.
“Na alta e média gerência espera-se que o profissional tenha mais maturidade na hora de tomar as suas decisões”, diz Andréa. A maturidade, nesse caso, passa obrigatoriamente pela adoção de critérios válidos na hora de decidir mudar de emprego, pelo comprometimento com os desafios que surgirem e também pela capacidade de adaptação ao ambiente coporativo.
Dica: Investigue os motivos que o levam a não permanecer muito tempo em cada empresa. Você tem de adaptar aos locais? Você desiste ao menor sinal de dificuldades?
fonte: Exame


Nem todo mundo ama essa prisão corporativa em que vivemos. Muitos, com eu, trabalham apenas porque dinheiro é um mal necessário. Mais que isso, antes de ser um funcionário, um “produto” a ser vendido, uma peça da empresa, a pessoa é um ser humano que tem sede de mudança e o direito de ir e vir. Se isso “pega bem” ou não aí é uma questão de padrões…e padrões não faltam na nossa sociedade que fabrica stress, materialismo e não vive como merece viver. Não digo para todo mundo ter minha visão hippie da vida mas que enxerguem que uma coisa é trabalhar para viver e outra é viver para trabalhar. Nem todo mundo tem uma visão comercial da vida e “maturidade” é associada ao lucro que damos, as tradições que herdamos sem pedir…mas há quem tenha coragem de ir contra a maré da tão querida “normalidade”.