O LinkedIn é uma rede social profissional projetada para conectar pessoas, organizações e oportunidades de trabalho. Diferente de outras redes sociais de caráter mais pessoal, o LinkedIn organiza os perfis por meio de experiências, formações, competências e recomendações. Trata-se de um espaço que oportuniza networking, empregabilidade e fortalecimento da marca pessoal e empresarial.

Em setembro de 2025, o Brasil contava com cerca de 82 milhões de usuários ativos no LinkedIn, o equivalente a 37% da população nacional, segundo levantamento da plataforma de estatísticas NapoleonCat.

Apesar da tamanha presença digital, o comportamento do público brasileiro ainda é majoritariamente passivo. Uma pesquisa da Opinion Box revelou que 61% dos usuários usam o LinkedIn apenas para procurar vagas, 38% para networking e 32% nunca publicaram posts. Esses dados contradizem a proposta da plataforma que é dar visibilidade profissional por meio de conexões ativas e construção de autoridade digital.

As razões do uso passivo são diversas. Muitos profissionais não sabem o que publicar. Outro fator é a carência de competência digital em relação ao domínio das funcionalidades estratégicas tais como personalização de perfil, produção de conteúdo e interação com comunidades profissionais.

O uso exclusivo para busca de vagas restringe o potencial do LinkedIn a um espaço de transição de carreira em detrimento da construção de uma marca pessoal promissora e prospecção de negócios.  O resultado é um número massivo de usuários que “estão ou possuem LinkedIn”, mas não têm uma presença que gere valor à rede.

Para utilizar o LinkedIn de maneira estratégica é fundamental compreender a estrutura básica para construção do perfil. O perfil deve ser visto como uma vitrine profissional; abaixo listo algumas recomendações:

  • Foto de perfil: Utilize uma foto atual, de boa qualidade. Evite selfies, fotos casuais.
  • Foto de capa: Selecione uma imagem que reflita sua marca profissional ou institucional.
  • Título (palavras-chave): Insira palavras-chaves que reflitam a sua área de atuação, especializações e diferenciais. Por exemplo: “Especialista em Gestão de Pessoas, Desenvolvimento Organizacional, Cultura & Clima”.
  • Resumo: Descreva de maneira breve e envolvente sua trajetória profissional, competências, valores e propósito.
  • Experiências profissionais: vá além da lista de cargos, descreva suas responsabilidades e resultados alcançados evidenciados em indicadores concretos.
  • Formação Acadêmica: Incluir cursos de graduação, pós, certificações que estejam conectados à área de atuação.
  • Competências: Selecionar as habilidades técnicas e comportamentais alinhadas à carreira.

Para além da construção do perfil, é preciso investir na construção de autoridade. Publique conteúdos originais (posts, artigos, vídeos curtos), interaja em conteúdos de terceiros com comentários relevantes, conecte-se com pessoas da área de atuação e participe de grupos e discussões.

Por fim, é preciso superar a subutilização do LinkedIn como um repositório de currículos para transformá-lo em ferramenta estratégica para construção de carreira e negócios.

(*) Carla Patricia da Silva Souza é doutora em Administração, host do “Vai Dar Boa UNINTER”, coordenadora dos cursos de Gestão de Recursos Humanos e Coaching e Desenvolvimento Humano no Centro Universitário Internacional UNINTER