Especialista alerta: envelhecimento é um desafio social e estratégico que precisa ser levado a sério nas pautas de ESG, diversidade e cultura organizacional
Apesar dos avanços em políticas corporativas de diversidade racial, de gênero e orientação sexual, um preconceito silencioso continua à margem das discussões sobre inclusão: o etarismo. A discriminação baseada na idade, muitas vezes naturalizada no ambiente de trabalho, atinge especialmente profissionais com mais de 45 anos — e representa não apenas uma injustiça, mas uma perda concreta de valor para as empresas.
De acordo com o IBGE, mais de 50 milhões de brasileiros estão na faixa dos 45 aos 64 anos. Mesmo assim, uma pesquisa da consultoria Robert Half revelou que 7 em cada 10 profissionais com mais de 50 anos já sofreram preconceito no mercado de trabalho.
Para Candice Pomi, psicóloga, pesquisadora e especialista em gerontologia, o problema não é apenas de ordem ética, mas estratégica. “Quando uma empresa exclui pessoas maduras, está abrindo mão de repertório, de capital intelectual, de histórias e de uma conexão real com uma população consumidora que está envelhecendo — e se fortalecendo”, afirma.
Candice atua na sensibilização de lideranças, setores de RH e áreas de marketing para ampliar a consciência sobre longevidade e combater o etarismo estrutural. Para ela, o tema precisa deixar de ser invisível: “Falar de envelhecimento é falar sobre todos nós. Se tudo der certo, todos vamos envelhecer — então por que seguimos tratando isso como tabu?”
A ausência de políticas inclusivas que contemplem a diversidade etária também compromete os pilares do ESG — especialmente o “S” de Social, que trata da representatividade, direitos humanos e equidade nas organizações. O etarismo, nesse contexto, precisa ser reconhecido como um fator de risco para a saúde organizacional e para a inovação de longo prazo.
Empresas que desejam se manter relevantes precisarão entender um novo cenário demográfico: até 2040, o Brasil terá mais idosos do que crianças. “A longevidade não é uma ameaça. É uma potência social e de mercado que precisa ser acolhida com inteligência e coragem”, conclui Candice.
Sobre Candice Pomi
Depois de 24 anos de carreira no mercado corporativo, Candice decidiu investir naquilo que acredita ser realmente importante na vida: saber envelhecer bem. E assim, com cara e coragem, mergulhou nos estudos da Longevidade. Psicóloga, especializada em Gerontologia pelo Albert Einstein e defensora de que o envelhecimento é uma fase a ser encarada com leveza e preparo prévio, Candice desenvolveu o Programa de Mentoria em Longevidade®, com o propósito de inspirar indivíduos e grupos a planejarem de forma intencional suas jornadas de envelhecimento.
E assim, desde 2019 tem auxiliado corporações no combate ao Etarismo e orientado grandes marcas na construção de diálogos mais autênticos com o público 45+.
Co-autora do 1º Manual Boas Práticas contra o Etarismo da América Latina – em parceria com a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), a especialista tem a missão de ressignificar o Envelhecimento no Brasil e democratizar a cultura gerontológica através de seus escritos sobre Envelhecimento Ativo e Consciente com a sua marca, a Beyond Age.
