O mercado de trabalho está em constante evolução, e com ele, as formas de apresentar nossas habilidades e experiências. Se o currículo em papel reinou por décadas, o formato digital ganhou força, e agora, o videocurrículo surge como uma possível nova tendência. Mas será que ele veio para ficar? Como está sendo visto atualmente e quais são suas reais vantagens e desvantagens?
O Cenário Atual: Curiosidade e Adoção Gradual
No momento, o videocurrículo não substituiu o currículo tradicional, mas demonstra um crescente interesse e adoção, principalmente em setores que valorizam a comunicação, a criatividade e a apresentação pessoal, como marketing, vendas, comunicação e áreas digitais.
Muitas empresas ainda não o exigem como padrão, mas algumas já o solicitam como etapa complementar ou como uma forma de destaque para candidatos que desejam ir além do formato escrito. A pandemia e a crescente familiaridade com videochamadas e conteúdos em vídeo também contribuíram para essa abertura.
O Que RHs Têm a Ganhar?
- Personalidade em Evidência: Permite que o recrutador conheça um pouco da personalidade, da comunicação e da postura do candidato antes mesmo da entrevista.
- Diferenciação: Em um mercado competitivo, um videocurrículo bem feito pode destacar o candidato em meio a muitos currículos tradicionais.
- Demonstração de Habilidades: Ideal para candidatos que precisam demonstrar habilidades de comunicação, oratória, criatividade e domínio de ferramentas audiovisuais.
- Engajamento: Um vídeo dinâmico e objetivo pode ser mais envolvente para o recrutador do que um longo documento escrito.
- Otimização do Tempo: Para algumas posições, o vídeo pode agilizar a triagem inicial, permitindo que o recrutador avalie rapidamente a comunicação e a desenvoltura do candidato.
- Conexão Inicial: Cria uma conexão mais pessoal e humana entre o candidato e o recrutador, mesmo antes do contato direto.

Desvantagens do Videocurrículo:
- Barreira Tecnológica e de Produção: Nem todos os candidatos possuem as habilidades ou os recursos (câmera, microfone, software de edição) para produzir um vídeo de qualidade.
- Tempo e Esforço: A criação de um bom videocurrículo exige planejamento, roteiro, gravação e edição, o que pode ser mais trabalhoso do que atualizar um currículo escrito.
- Risco de Discriminação: A avaliação pode ser influenciada por fatores como aparência física, sotaque ou qualidade da produção, levando a vieses inconscientes.
- Falta de Padronização: Como cada candidato cria seu próprio vídeo, pode ser difícil para os recrutadores padronizarem a avaliação.
- Complexidade na Análise: Analisar diversos videocurrículos pode ser mais demorado do que escanear currículos escritos em busca de palavras-chave.
- Nem Sempre é Adequado: Para algumas áreas mais tradicionais ou técnicas, um videocurrículo pode não ser relevante ou esperado.
Conclusão:
O videocurrículo não é a nova regra, mas certamente é uma tendência em ascensão. Sua aceitação ainda é seletiva e depende muito do setor, da cultura da empresa e da vaga em questão. Para candidatos em áreas criativas e que exigem boa comunicação, pode ser uma ferramenta poderosa para se destacar.
No entanto, é crucial que os candidatos considerem os prós e contras, invistam em uma produção de qualidade (quando optarem por essa ferramenta) e, principalmente, sigam as orientações da empresa sobre o formato de currículo preferido. O currículo tradicional ainda é a base, e o videocurrículo surge como um complemento interessante e diferenciador em um cenário de recrutamento cada vez mais dinâmico. A chave é entender o contexto e usar as ferramentas certas para cada oportunidade.
Sobre Leila Arruda
Leila Arruda é mentora de carreiras há mais de 10 anos, é especialista em treinamentos voltados à gestão e ao desenvolvimento de novos líderes
