O modelo de trabalho híbrido tem se consolidado como uma transformação significativa nas culturas corporativas e na gestão de equipes. Mais do que uma tendência passageira, essa mudança está redefinindo as dinâmicas profissionais e impactando diretamente a qualidade de vida de muitos colaboradores, especialmente as mulheres.

Ao integrar o trabalho remoto e o presencial, o modelo híbrido oferece uma flexibilidade importante para as profissionais que buscam equilibrar a carreira e a vida familiar. Para muitas mulheres, em particular, esse equilíbrio é essencial. Como especialista no mercado e headhunter de altas lideranças, tenho observado que empresas que entendem a importância da flexibilidade para as mães, especialmente durante os primeiros anos de vida dos filhos, estão conquistando um ativo valioso: a lealdade de suas colaboradoras.

Uma pesquisa recente da WeWork Latam apontou que 67% das mulheres se sentem mais leais às empresas que oferecem flexibilidade no formato de trabalho. Para muitas, a possibilidade de acompanhar de perto o desenvolvimento dos filhos enquanto continuam a crescer profissionalmente não é um privilégio, mas uma necessidade. Negligenciar essa fase tão significativa da vida dos filhos pode resultar em arrependimentos profundos e uma sensação de perda irreparável.

O trabalho híbrido não se resume apenas ao conforto do colaborador. Ele tem o potencial de transformar a relação das pessoas com o ambiente e, por consequência, melhorar sua qualidade de vida. Empresas que adotam essa abordagem inovadora e reconhecem a importância de um ambiente de trabalho flexível conquistam, além de produtividade e engajamento, uma cultura mais humana e resiliente.

Além disso, o modelo híbrido tem mostrado resultados concretos. A mesma pesquisa revelou que 79% das mulheres afirmaram que sua produtividade aumentou com o trabalho remoto, e 72% observaram uma melhoria significativa na qualidade de vida e na saúde. Isso vai muito além de um simples ajuste na rotina de trabalho. É um novo patamar de bem-estar, que tem um impacto direto na saúde mental e emocional dos colaboradores, fatores cruciais para uma boa performance profissional.

Empresas que adotam o modelo híbrido estão melhor posicionadas para reter talentos, não só mantendo os melhores profissionais, mas também criando um ambiente mais saudável e produtivo. Além disso, essa abordagem é mais acessível do que iniciativas como a implementação de creches corporativas. Para muitas mães, a flexibilidade de horário e local de trabalho surge como uma solução simples, mas altamente eficaz.

A experiência revela que a lealdade das colaboradoras é impulsionada pela compreensão do impacto da presença na vida dos filhos. A pesquisa mencionada destacou ainda que 58% das mães que vivenciaram o home office não abririam mão dessa flexibilidade. Esse dado não é apenas uma estatística, mas sim um reflexo de uma mudança de mentalidade que está transformando o ambiente corporativo. Ao adotar uma abordagem mais humana, as empresas não apenas aumentam o bem-estar de seus colaboradores, como tornam suas operações mais eficientes e sustentáveis a longo prazo.

O trabalho híbrido vai além de uma simples conveniência; ele fortalece vínculos duradouros entre a empresa e seus colaboradores. Para as mães, representa a oportunidade de vivenciar plenamente a maternidade sem comprometer o desenvolvimento profissional.

*Bárbara Nogueira é Diretora, Career Advisor & Headhunter da Prime Talent, empresa presente em 27 países pela Agilium Group