
O avanço da inteligência artificial (IA) tem transformado os modelos de negócios e a dinâmica de trabalho em todo o mundo. Segundo um levantamento da PwC, a IA poderá contribuir com US$ 15,7 trilhões para a economia global até 2030. No entanto, o impacto humano dessas inovações também levanta questões cruciais sobre o papel da liderança em tempos de digitalização acelerada. Como equilibrar o uso da tecnologia com a necessidade de valorizar e engajar o capital humano?

“A tecnologia é uma aliada poderosa, mas o diferencial das organizações continuará sendo as pessoas. A IA não substitui habilidades humanas como empatia, criatividade e capacidade de liderar equipes com inspiração. Por isso, é fundamental que os líderes compreendam como utilizar a tecnologia de forma estratégica, sem perder o foco no que realmente move as empresas: o capital humano”, ressalta Elcio Paulo Teixeira, CEO da Heach Recursos Humanos e especialista em gestão de pessoas.
De acordo com um estudo da Gartner, 47% das organizações planejam aumentar os investimentos em IA nos próximos dois anos. Contudo, os mesmos dados apontam que muitas empresas enfrentam dificuldades em integrar ferramentas tecnológicas sem gerar desconexão entre os times. É nesse contexto que a humanização da gestão emerge como prioridade.

Teixeira acredita que a liderança do futuro requer um olhar mais atento à experiência humana no ambiente de trabalho. Ele destaca três pilares para alcançar esse equilíbrio:
- Educação e capacitação: “líderes precisam estar preparados não apenas para entender a tecnologia, mas para treinar suas equipes a utilizá-la de maneira produtiva e ética”, afirma.
- Diálogo e empatia: “em um mundo digital, a comunicação humana ganha ainda mais valor. Ouvir as necessidades dos colaboradores e promover um ambiente de transparência são elementos fundamentais”.
- Foco em propósito: “funcionários que entendem como seu trabalho contribui para um objetivo maior são mais engajados e resilientes diante de transformações”, complementa o especialista.
Para Teixeira, o momento exige que líderes se tornem mediadores entre a tecnologia e as pessoas. Isso significa garantir que a IA não apenas aumente a eficiência operacional, mas também reforce a experiência e a satisfação dos colaboradores. “Humanizar a gestão não é um contraponto à tecnologia, mas sim uma forma de potencializá-la. Quando conseguimos unir inteligência artificial com inteligência emocional, criamos organizações mais sustentáveis e inovadoras”, conclui.
